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No dia 28 de julho de 2022, foram entrevistados o Sr. Luís, natural de Gondarém e a D. Olga, natural de Oliveira do Arda, ambos com 74 anos.
Começamos por lhes perguntar como era a infância, ao que D. Olga respondeu que “não era nada como é agora”, recordando que, após de vir da escola a pé, na qual andou até à 3º classe, “ia para os campos sachar até à noite”. Acrescentou que, para além disso, iam ao monte buscar lenha, pois naquela altura “ninguém a comprava, tinha de se ir buscar”. Quanto às suas brincadeiras de criança, estas passavam por jogar ao peão e à malha.
Quanto questionados relativamente às festas, enquanto o Sr. Luís nos diz que “havia mais concorrência do que há agora”, a D. Olga explica-nos que, na Senhora das Amoras, “os bois eram matados e pendurados nos sobreiros”, onde as pessoas depois iam comprar o bife para comer no dia da festa e havia muitas barracas onde vendiam comida. Acrescenta ainda que “era muito bonito”, ao qual o marido complementa, dizendo que ”eram outros tempos, havia mais convivência…”.
D. Olga disse-nos também que antigamente iam ao tanque, enchiam-no com a água da mina, pois não havia “da comprada”, e lavavam a roupa ao Domingo, usando-a durante a semana toda, pois “não é como agora que se veste uma (roupa diferente) a cada dia”.
O Sr. Luís recorda-se de que em Midões, no areio “muito grande que havia lá antigamente”, as pessoas juntavam-se lá na segunda-feira de Páscoa e comiam “lampreiadas e (…) sabel”.
Mencionando a educação, ambos afirmaram que “a educação era melhor do que é agora”, pois tinham de andar “alinhadinhos”, pois de saíssem “fora dos eixos, tinham de levar em cima”. Ainda assim, Sr. Luís diz “que é a vida, é o mundo a passar…” pois os seus filhos não viveram “na escravidão” que viveram, nem os seus netos: “era uma vida mais pesada”, desabafou.
Quanto à escola, esta “era uma tabuinha em cima da mesa” e se alguém desse um erro “levava uma reguada”.

Falando da nova geração, afirmam que “é uma coisa completamente diferente” pois “foram criados noutro ambiente”. Enquanto D. Olga pensa que a geração atual “não sabe ir para o campo e haviam de saber”, Sr. Luís diz que “há mais emprego e ganha-se melhor” e que “um casal tem um filho ou dois” ao contrário de antigamente, que “era às dúzias” e, por isso “para manter (a família) era preciso trabalhar muito”.
Para finalizar, como conselho para os jovens, Sr. Luís partilhou que se deve “seguir para a frente”, ao que a sua esposa concordou.

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